31/01/2007

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40.
José Ferreira Martins PÚBLICO 06.12.12

870
A"questão do aborto" em Portugal é uma história já adulta. Há mais de 20 anos, quando alguns dos actuais eleitores não eram sequer nascidos, a discussão centrava-se à volta do início da vida humana.

Por um lado, os pró-vida argumentavam que esta começava no princípio, na concepção. Por outro lado, os pró-escolha defendiam que ninguém sabia quando começava a vida humana, e um "conjunto de células" nas primeiras semanas de gravidez não o era certamente. Os dados científicos eram escassos e havia um grande desconhecimento sobre o desenvolvimento do feto.
Há oito anos o primeiro referendo sobre a IVG (interrupção voluntária da gravidez em PPC, português politicamente correcto) mostrou uma clivagem entre a opinião pública e a publicada: teve uma abstenção superior a 70 por cento e o "não" ganhou.

Nos últimos oito anos assistimos a várias tentativas de colocar a questão do aborto na agenda política. O "flagelo do aborto clandestino" foi considerado argumento principal, apesar de os escassos e incompletos dados oficiais mostrarem um número reduzido de internamentos por complicações de aborto (em 2004, apenas 56 infecções e ausência de mortalidade; dados da Direcção-Geral de Saúde).

Foi-nos repetidamente perguntado se queríamos "mandar as mulheres para a prisão". Contudo, as poucas mulheres julgadas até hoje tinham todas abortado com mais de dez semanas de gravidez e daí não resultaram penas de prisão.

A eventual legalização do aborto até às dez semanas "por opção da mulher" criminaliza-o a partir das dez semanas e um dia, pelo que estas questões da humilhação, julgamento e eventual condenação se mantêm a partir daí.

A mãe deve ser compreendida e ajudada, mas não podemos desviar a nossa atenção da outra vida em questão, a do feto, que, por ser frágil e indefesa, depende da nossa protecção.

Porque actualmente, passados mais de 20 anos, já não pode ser dito que o feto não é vida, pois a ciência mostrou-o de um modo claro e comovente. Pode causar surpresa a alguns, mas é hoje consensual entre a comunidade científica que, às dez semanas (para aplicar o limite arbitrariamente proposto pelo actual referendo) o tal "conjunto de células" se encontra organizado de um modo que é impossível não ser reconhecido como um ser humano.

Avanços recentes na cardiologia fetal mostram que o desenvolvimento do coração ocorre entre as três e as seis semanas de gestação, e que por volta do 20.º dia este já bate.

Entre a 8.ª e a 9.ª semana, o coração está formado com as estruturas cardíacas, ocupando já as posições e realizando as suas funções definitivas.

Às dez semanas, o coração do feto assemelha-se muito ao coração adulto, quer externa, quer internamente. As mais delicadas estruturas cardíacas, como os milimétricos folhetos da válvula aórtica, estão formadas e vão continuar a sua maturação e diferenciação.

Às dez semanas, a função circulatória está estabelecida e só vai alterar-se após o bebé nascer, com a adaptação à respiração.

O coração bate com regularidade e variabilidade, e a complexidade das funções sistólica e diastólica é comparável à dos adultos.

Sem estigmatizar as grávidas, antes acolhendo-as e aos seus bebés, é nosso dever como profissionais de saúde tornar as "barrigas transparentes", de modo a ajudar os portugueses a compreender que lá dentro está uma pessoa, que, se tiver dez semanas de gestação, tem um coração que bateu 870 vezes durante a leitura deste artigo.

Cardiologista pediátrico

39.


O SOM DO CORAÇÃO
... que se ouve numa ecografia às dez semanas é ensurdecedor, como é que há pessoas que não o conseguem ouvir…?

O MOVIMENTO DO CORPO
... que se vê numa ecografia é ...

veja aqui

38.


37. Não e Não ------------------------ e Não !!!!!


ABORTO É FIXX
Dois vídeos chocantes que dão muito que pensar.

DOWNLOADS
· O Aborto, Prática Clínica! – Filme a não perder, chocante mas demonstrativo da prática clínica do que é o Aborto. Contém imagens susceptíveis de causar choque e não deve ser visualizado por menores ou pessoas facilmente impressionáveis.
· Liberalização do Aborto – A realidade! - Filme em alta qualidade de imagem compatível com Windows Media Player. Download poderá ser um pouco lento, mas a sua visualização é imperativa para a campanha a decorrer em Portugal neste momento. Contém imagens susceptíveis de causar choque e não deve ser visualizado por menores ou pessoas facilmente impressionáveis.

36. espaço para a propaganda do sim


*
Ad:
Se os feijões já são pessoas, não se trata de aborto mas sim de homicídio. Vá lá, sejam coerentes!
*
An:
Uma coisa é quando há riscos para a mãe ou para o bebé...mas estes casos já estão previstos na lei... deveria investir-se em planeamento familiar e apoio aos bebés que nascem num meio sem condições...
*
AC:
Confesso: não estou nada optimista quanto ao referendo sobre a IVG. Não acredito neste povo inculto, analfabeto e hipócrita. Não confio nos portugueses; acho-os demissionistas, conformados, pior, mesquinhos e ignorantes.
(apoiante do sim sobre a possibilidade de algo correr mal)
*
Mais grave é o ofício emitido pela coordenadora da sub-região de saúde de Faro a aconselhar o voto no “sim” aos seus funcionários. Trata-se não só de usar a máquina do Estado para fazer campanha, mas de pura e simples coacção profissional.
*
O Clube Safo, a Não te Prives, as Panteras Rosa e o Portugal Gay lançaram um comunicado em que apelam ao voto no Sim no próximo dia 11.
Votar SIM, é contribuir para o reconhecimento da real diversidade dos modelos familiares para além do modelo heterossexual tradicional, é colocar em xeque um bastião das normas machistas que estão também por detrás da LesBiGayTransfobia reinante.
Blog da Associação não te prives
*

35.


34. votar NÃO


VOTAR "NÃO" COLOCA PORTUGAL PIONEIRO DO HUMANISMO
Por Matilde Sousa Franco, deputada do PS

os fins não justificam os meios


33.
É este o momento adequado para fundamentar a minha posição pessoal sobre a questão que vai ser submetida a referendo no próximo dia 11 de Fevereiro.Mantenho a posição que assumi em 1998: o aborto provocado é, fora dos casos previstos na lei actual, um acto arbitrário e injustificado que destrói um ser humano.

(...) ser humano único, irrepetível e diferente de todos os outros. Como tal, merece respeito e protecção.

Mas, fora das situações que a lei já consagra, o direito da mulher à sua liberdade de escolha termina quando começa o direito à vida de um novo ser humano.A liberdade exige responsabilidade. Neste caso, a responsabilidade de respeitar um princípio fundamental, consagrado na nossa Constituição: “A vida humana é inviolável.” (artigo 24.º).

A legalização do aborto destrói um outro princípio fundamental da ética: os fins não justificam os meios.

Na verdade, a vida humana individual não pode ser considerada nunca um meio ou instrumento. É sempre um fim em si mesma. É um valor superior a todos os outros, anterior e superior à própria lei e ao próprio Estado. A liberdade é certamente um valor muito importante, mas tem um limite absoluto que é o respeito pela vida dos outros seres humanos.


Lembrando SOUSA FRANCO


32.
Sousa Franco foi cabeça de lista do PS ás eleições europeias de 2004.

Quer se queira, quer não se queira, por muito que isso custe, o aborto é sempre a eliminação de uma pessoa humana não nascida, a destruição de uma vida.

A eminente dignidade da pessoa atribui-lhe, desde que começa a existir (e esse começo é hoje bem delimitado pela ciência), um núcleo essencial de poderes e deveres, dos quais o primeiro é o direito à vida.

Se a violação da vida não fosse crime, o que então haveria de sê-lo?

Mercê da consideração de alguns circunstancialismos, têm-se divulgado a aceitação de algumas hipóteses-limite em que o aborto não deveria ser considerado como crime. Foi nesse sentido que, em 1984, se aprovou a primeira lei do aborto, no ano passado levemente retocada (1997). Seriam, para alguns, situações extremas, nas quais estariam em causa razões que eventualmente poderiam concorrer com a vida intra-uterina, prevalecendo mesmo sobre ela. De certo modo, ela procurou como que tipificar algumas causas de justificação privilegiadas pela lei (violação, perigo para a vida da mãe…).

A verdade é que, no presente debate sobre o aborto, nenhuma aproximação dessa natureza se pretende fazer. Tal como decorre da formulação que foi aprovada, vai simplesmente perguntar-se aos portugueses se aceitam a legalização do aborto livre. Nenhuma outra coisa está em cima da mesa.

O aborto livre, por mais curto que seja o prazo para a sua execução e por mais cautelas que se tenham na realização dessa operação num estabelecimento de saúde, jamais se pode considerar admissível à luz da dignidade da pessoa.

A razão é simples: porque a sua legalização implica aceitar que a dignidade da pessoa humana não nascida se perca; porque a sua legalização tem a consequência de a um ser humano – a mãe – se atribuir o “poder de vida e de morte” sobre outro ser humano – o filho que vai ser eliminado.

A civilização dos valores do Mundo de hoje fez-se paulatinamente, com pequenos avanços e alguns recuos, numa firme senda de dignificação do Homem. Através de muitas etapas, como a abolição da escravatura, a extinção da pena de morte ou a humanização das penas, fomos construindo um Mundo de princípios, em que a pessoa humana se apresenta, cada vez mais intensamente, no cume da Ordem Jurídica.

A legalização do aborto livre – diferente de justificação ou desculpabilização de casos concretos – é a passagem de uma fronteira decisiva, representando um grosseiro recuo nessa protecção, que permite – como outrora na lei da selva – o domínio dos fortes sobre os fracos, dos que já estão instalados sobre os que vêm depois.

Essa não é a sociedade humana que sempre idealizei e por que, esteja onde estiver e exerça os cargos que exercer, sempre pugnarei a título pessoal.Acredito numa sociedade em que prevaleça a Solidariedade para com os mais fracos e os mais débeis, que por isso mesmo merecem a nossa protecção. Mais fracos e mais débeis no plano económico, pessoal, social e afectivo, no da exclusão como no da deficiência.

E há no Mundo pessoa mais frágil, mais indefesa e mais inocente do que um ser humano não nascido?
António de Sousa Franco - Lisboa, 15 de Maio de 1998."

In: Vida e Direito - Reflexões sobre um referendo, Cascais, Principia, 1998.

30/01/2007

O NÃO EM APROXIMAÇÃO



31.
Tenho seguido com muita atenção todo este debate. Tenho a impressão que serve para distrair o povo dos problemas que nunca mais têm fim.
Ainda há pouco tempo saiu no jornal que Portugal vendeu, nos últimos anos, à volta de metade do ouro que foi amealhado ao longo de séculos. E que no ano passado fecharam 1697 escolas no país.
Os impostos cada vez são maiores e o estado cada vez tem menos. Onde é que se gasta é que se torna difícil compreender. No hospital paga-se cada vez mais e ás vezes vão chamar as pessoas ao cemitério, quando já não precisam de operação nenhuma, os preços sobem muito e a reforma marca passo. Os rapazes deixam de ir à tropa mas as escolas parecem campos de batalha, e os professores é que têm que andar na linha.
Quem trabalha paga e os calaceiros recebem o rendimento. Os políticos são eleitos e depois desculpam-se que andaram muitos anos pelo estrangeiro e não sabiam nada do estado do país e fazem tudo ao contrário.
Também já percebi que as televisões têm alguma queda para a interrupção. Têm uma posição tão equilibrada como alguns árbitros do futebol de há uns anos atrás. Olhinhos só para um lado. Deve ser do hábito, do tempo em que aparecia aquela frase: pedimos desculpa pela interrupção, o programa segue dentro de momentos. E esperava-se um bocado e aquilo começava outra vez.
O problema é que neste assunto o programa já não volta. E ainda pior. É alguém que vai para o maneta e nunca mais volta.
Se os que estão para nascer valessem votos, os partidos já não se estavam nas tintas. Assim é igual ao litro. Talvez se tramem. Deviam pensar que isto era canja, que o português estava nas tintas para o vizinho e ia deixar passar este monstro. Parece que não vai ser bem assim.
Então querem lá convencer-me que uma pessoa, uma mulher, pode acabar à vontade com uma criança que nem pode defender-se, porque é muito responsável e santa, e já é uma pessoa como as outras quando anda no carro sem o cinto, quando acelera, quando pisa os ovos do raio da cegonha, quando se esquece de entregar os impostos a tempo e horas ou quando dá uma paulada na vizinha. Anda tudo com os copos ou quê.
E depois ainda olham uma pessoa que não vai na conversa como se fosse um mal agradecido com a oferta de aborto à borla. Se têm muito dinheiro ajudem os reformados ou os doentes.
Acho que ainda há muita gente com idéia na prisão, o que parece que é uma grande mentira. E não deve haver país mais brando que este, é olhar lá para o raio da casapia, que manda tudo com a pulseira para casa.
Pelos números que saiem nos noticiários as coisas ainda não estão famosas e ainda falta um bocado para ver se aquela gente deixa de chatear o povo e aprende a não brincar com o futuro das crianças.
Tenho dito.
A

29/01/2007

Dicionário do aborto.


30.
A, Agosto de 2010 – Data do próximo referendo nacional à “interrupção voluntária da gravidez”. No caso de vitória do ‘sim’ no próximo dia 11 de Fevereiro, será necessário realizar nova consulta tendo em vista a liberalização total do aborto a pedido até às 30 semanas, dando resposta aos anseios da “esmagadora maioria” dos portugueses; em caso contrário – vitória do ‘não’ daqui por mês e pouco – PCP e BE entenderão que o aborto se mantém como prioridade máxima aos olhos dos portugueses e convocarão nova consulta para a próxima legislatura.

H, Hospitais – É sabido que Portugal é o país ideal para implementar a liberalização do aborto a pedido. Desde a entrada para a União Europeia que os nossos hospitais não apresentam listas de espera e que hérnias, cataratas e até unhas encravadas são problemas que há muito se tratam pouquíssimos minutos depois da chegada a um “estabelecimento de saúde legalmente autorizado”. Apresenta a vantagem acrescida de, encerradas as maternidades, ser uma forma de evitar a colocação dos obstetras saneados no quadro de supra-numerários.

I, Impostos – Com a liberalização total do aborto, abre-se uma nova janela de oportunidade nos IRS’s de cada um de nós. Num espírito de fraternidade como já não se via desde a Revolução Francesa, casais portugueses que lamentam não ter dinheiro para ter filhos terão oportunidade de ajudar a liquidar os rebentos dos outros!

J, Jornalismo de Causas – Caracteriza o pequeno número de jornalistas – sensivelmente 90% do total – que faz abertamente campanha pelo ‘sim’, disfarçando a militância sob a forma de notícias. Distinguem-se dos jornalistas que se declaram Pró-Vida justamente pelo elemento da declaração: enquanto estes últimos avisam os portugueses daquilo que deles se pode esperar, esta categoria “de causas” nunca assume a pró-matança. Oficialmente, são sempre independentes.

S, Sindicato dos Jornalistas – A Rádio Renascença anunciou aos seus ouvintes que tinha posição face à consulta de 11 de Fevereiro, alinhando pelo campo que defende a Vida. De imediato o Sindicato dos Jornalistas condenava a estação e a ineceitável opressão que a tomada de partido representava perante os trabalhadores. Felizmente que o Sindicato dos Jornalistas – onde não pontifica qualquer comunista para além dos que ocupam os lugares de destaque – não sabe que o Diário de Notícias existe. Assim sempre poupa no papel timbrado.

V, Vida – Estamos cansados de ouvir da parte dos apoiantes do aborto que não é possível definir o momento exacto que marca o início da Vida. Vendem-nos as criaturas a tese de que a concepção é uma miragem filosófica e de que o facto de ouvirmos o coração do bebé a bater a toda a velocidade numa qualquer ecografia realizada antes das dez semanas será, eventualmente, resultado de uma alucinação. Passamos então a admitir que o coração de tais gentes pudesse de facto não dar sinais de Vida nas primeiras semanas; se muitos anos volvidos continua a não se fazer notar...

P. al

SEMPRE NA CAUDA?


29.
Deixo aqui as palavras de Victor Hugo, um grande sábio, célebre romancista e poeta francês proclamadas a 10 de Julho de 1867, saudando Portugal por ter sido o primeiro país da Europa a abolir a pena de morte:"Felicito a vossa nação. Portugal dá o exemplo à Europa. Desfruta de antemão essa imensa glória. A Europa imitará Portugal. Morte à morte! Guerra à guerra! Ódio ao ódio! Vida a vida!"

Que grandes palavras estas. Estou convicto que a resposta a este referendo será mais uma vez um exemplo para a Europa e estou também convicto que a Europa imitará Portugal! Por um Portugal mais solidário, por um Portugal melhor, por um Portugal pioneiro da Vida, VOTA NÃO!
APV31

LIBERALIZAR PARA REDUZIR???


28.
O número de abortos legais na Rússia ultrapassa o número de nascimentos, num país com uma das mais “liberais” legislações sobre a interrupção voluntária da gravidez e que foi o primeiro a legalizar a prática, em 1924.
Estatísticas de 2005 indicam que o número de abortos em instituições médicas legais se situou entre os 1,7 e os 1,8 milhões.
No mesmo ano registaram-se entre 1,4 e 1,5 milhões novos nascimentos.
Segundo a Lei sobre a Protecção da “Saúde” dos Cidadãos de 22 de Julho de 1993, praticamente não existem barreiras à realização de abortos na Rússia.
O aborto pode realizar-se até às 12 semanas de gravidez a pedido da mãe, podendo esse prazo prolongar-se até às 22 semanas por «razões sociais».
Os dados falam por si. Numa altura em que a Rússia passa por uma grave crise demográfica (a sua população diminui, anualmente, em cerca de um milhão de habitantes), as autoridades não conseguem travar o aumento do número de interrupções voluntárias da gravidez, distanciando-se cada vez mais do número de nascimentos.
A proporção entre número de abortos e de novos nascimentos era ainda maior nos últimos anos da União Soviética.
As estatísticas de 1988 indicam que o número de abortos era superior ao de nascimentos à razão de 166 abortos para cada 100 nascimentos.
Em 1992 a relação aumentou (225 abortos para 100 nascimentos).
A Rússia foi o primeiro país do mundo a legalizar o aborto em 1924.
Por iniciativa do dirigente comunista Vladimir Lenine, essa medida foi tomada no âmbito da política de «emancipação da mulher».
*
Já Norma McCorvey, a famosa ex-activista abortista americana, que esteve na base da legalização do aborto nos Estados Unidos em 1973, e que agora defende acerrimamente a Vida, avisava no início de Dezembro em Lisboa: quando se cede neste processo de liberalização do aborto o processo nunca mais pára. Agora são 10 semanas depois 12, depois 20 e mais, até ao Aborto com Nascimento Parcial, uma crueldade medonha e horrenda.
dd

Apoiantes do NÃO A CRESCER


Dados retirados do site DN Online em 29-1-2007

Apoiantes do SIM EM QUEDA

Dados retirados do site DN Online em 29 de Janeiro de 2007

25.


SEM VIDA: NADA.

24.

Deixo aqui um pequeno excerto de um artigo de opinião publicado por João César das Neves, professor universitário, no Diário de Notícias , intitulado "O aborto, a angústia e os direitos".
"Os defensores do "não" assumem o sofrimento das mães, criando muitas instituições para o aliviar, enquanto os do "sim" costumam escamotear a vida do embrião. Isto só por si revela um facto indesmentível: postos francamente em confronto, o valor da vida sobrepõe-se naturalmente ao da liberdade. Sem liberdade a vida resiste, mas sem vida não há nada. "
A jn

VIVA A VIDA



A VIDA é uma oportunidade, aproveite-a.
A VIDA é beleza, admire-a.
A VIDA é felicidade, saboreie-a.
A VIDA é um sonho, torne-a realidade.
A VIDA é um desafio, enfrente-o.
A VIDA é um dever, cumpra-o.
A VIDA é um jogo, jogue-o.
A VIDA é preciosa, cuide dela.
A VIDA é uma riqueza, conserve-a.
A VIDA é amor, goze-o.
A VIDA é um mistério, descubra-o.
A VIDA é promessa, cumpra-a.
A VIDA é tristeza, supere-a.
A VIDA é um hino, cante-a.
A VIDA é uma luta, aceite-a.
A VIDA é uma aventura, arrisque-a.
A VIDA é felicidade, mereça-a.
A VIDA é a VIDA, defenda-a.

Madre Teresa de Calcutá

NÃO ESQUECER

22.
Ao fim de tanto tempo, o que ainda impressiona neste debate sobre o aborto é a quantidade de argumentos que se esgrimem e a falta de clareza da discussão.
E, no entanto, o que está em causa é bastante simples. E o que não está, também.
Não está em discussão a prisão de mulheres que abortaram, porque não há, nem houve mães presas.
Não está em discussão acabar com o aborto clandestino, porque onde se liberalizou o aborto, continuou a haver quem aborte clandestinamente.
Não está em discussão o aborto em caso de violação da mãe, de malformação do feto ou de perigo para a vida da mãe. Tudo isso já foi discutido e a Lei já aceita essas excepções que a maioria das pessoas diz compreender. [Desde 1984]
Sobra uma única coisa que está de facto em discussão: às dez semanas há ou não uma Vida? Há. É um facto, não é uma opinião.
Há uma Vida com dez semanas – que faz caretas, tem dentes de leite, impressões digitais e um coração a bater - a que só falta nascer e crescer.
A pergunta que agora se faz é escolher se a deixamos nascer, ou se deixamos que a Lei diga que pode ser abortada, se a mãe quiser. Seja por que razão for.
Ora, ou é uma vida ou não é. Se é – e é – só podemos defender que viva. Não é possível, nem lógico, nem “moderado” dizer que é mais ou menos uma vida, que a mulher é que sabe se é vida ou não ou que só é vida se eu acreditar que sim. As coisas não são assim, às vezes as coisas são irremediavelmente mais simples.
Eu sei que há uma vida antes das dez semanas. Há quem não saiba, há quem desconfie e há quem tenha as suas dúvidas. Mas não há quem negue. Ora, na dúvida, só existem dois caminhos: não fazer nada ou tentar descobrir.
Para tentar defender com lógica e razoabilidade o sim é preciso dizer que isso de ser uma Vida não interessa, que não é isso que interessa. Está mais alguma coisa em discussão? Não.
I AN

27/01/2007

TV. 4 DE FEVEREIRO.

21.
"Vida no Ventre".

No próximo dia 4 de Fevereiro, domingo, às 20:00, no Canal National Geographic da TV Cabo, será transmitido o excelente documentário "Vida no Ventre: gémeos, trigémeos e quadrigémeos". É favor divulgar!Quem não tem TV Cabo, é favor organizar-se no sentido de assistir a este documentário junto de amigos que tenham.Quem tiver, é favor convidar amigos e conhecidos para assistir na sua casa.Trata-se de um documentário a NÃO PERDER!Contribuirá decididamente para o esclarecimento sereno que se pretende e é desejado por todos quantos estão envolvidos na campanha para o próximo referendo, independentemente da posição que defendem.Para mais informação, podem já consultar a programação.A APFN aproveita para agradecer à National Geographic a execução deste excelente documentário e a sua exibição ao público português.
AA

O GASÓLEO ESTÁ BARATO ...

20.
"O ministro da Saúde [???] revelou à SIC o que poderá mudar após o referendo ao aborto. Cada intervenção poderá custar ao Estado entre 350 e 700 euros" (Sic, 04-01-2007).
Ora, no dia 12 de Junho de 2006, foi publicado no Diário da República a Portaria n.º 567/2006, que aprova as tabelas de preços a praticar pelo Serviço Nacional de Saúde.
A referida Portaria, que pode ser consultada no site do Instituto de Gestão Informática e Financeira da Saúde, estabelece na página 4195 os preços dos abortos no SNS, a saber:
- *829,91 euros, para aborto sem dilatação e curetagem e
- *1074,45 euros, para aborto com dilatação e curetagem, curetagem de aspiração ou histeroctomia.
Verifica-se, pois, que a média do preço por aborto que o Senhor Ministro disse que o mesmo iria custar, corresponde a metade da média do preço por aborto estabelecido na lei que o Senhor Ministro aprovou em meados do ano passado.
Importa, pois, exigir ao Senhor Ministro da Saúde que nos diga se se tratou de um lapso, de uma mentira ou se vai mesmo instituir épocas de saldos na saúde. [E para os doentes, também?]
R assimnão

19


VENHA ELE

PRIORIDADES

17.
No ano passado, o governo fechou maternidades em zonas de interior, onde as taxas de natalidade são mais baixas e instituiu o pagamento de taxas moderadoras na saúde.
Entretanto, assistimos ao lançamento de uma vacina essencial no combate ao cancro no colo do útero – doença que mata 1 mulher por dia em Portugal –, sem que o Estado dê sinais de que pretende subsidiar a sua compra ou comparticipá-la, ainda que parcialmente. A vacina custa 480 euros.

Continua a existir uma vacina, Prevenar, contra a meningite, aconselhada por alguns pediatras e ministrada a bebés em 4 doses até perfazer um ano e meio de idade, a qual ascende a cerca de 300 euros e que não é objecto de qualquer comparticipação estatal. Refira-se que se estima que morram cerca de 500 crianças por ano devido a meningite.

É este mesmo Governo, que procede por um lado a cada vez mais cortes numa área tão sensível como é a saúde, que pretende financiar a prática de abortos no Serviço Nacional de Saúde ou, caso este não tenha meios para tal, em clínicas privadas.
Ficamos esclarecidos quanto às prioridades do Governo, que privilegia a prática de abortos em detrimento de um combate sério a doenças graves.
AN

26/01/2007

É JÁ A SEGUIR...

16.
No final do ano passado foi noticiado que as listas de espera para cirurgias ascendem a mais de 220.000 pessoas, sendo o tempo de espera em algumas delas superior a 1 ano.
Por outro lado, ouvi o ss. Ministro da Saúde (???) dizer que os abortos farão parte das listas de cirurgias prioritárias, o que implica que os mesmos passam à frente de outras cirurgias.
Que raio de política de saúde é esta que sobrecarrega o já debilitado sistema de saúde nacional, favorecendo práticas como o aborto, o qual, como se sabe, não visa debelar qualquer doença?

R ass não

MAIS UMAS PATACAS?

15.
Se cruzarmos o que dizem os responsáveis pela oferta do Serviço Nacional de Saúde com a ponderação do número de abortos que terão lugar anualmente no País a conclusão é só uma: se o referendo der o ‘sim’ à legalização, está em marcha mais um excelente negócio privado pago com dinheiro dos contribuintes. [--> n.7]
O serviço público não tem capacidade de resposta para um mínimo de 25 mil abortos que terão lugar anualmente em Portugal. Este tipo de intervenção médica não é passível de lista de espera. Logo, o que o Estado vai fazer é canalizar largas verbas para as "clínicas" privadas que se preparam para abraçar o negócio.

C. relances

ÍAS. DEIXA A MULA CHEGAR...

14.
"Serviço Nacional de Saúde vai mesmo realizar os abortos ao abrigo da nova lei"
Estado preparado para aborto até às dez semanas
(DN 19/10/06)
O Governo admite que o Sistema Nacional de Saúde (SNS) já está preparado para o day after ao referendo ao aborto. Em declarações ao DN, o ministro da Saúde [???] Correia de Campos avança que, tecnicamente, "com certeza" que o SNS está apto [??] a responder aos casos de interrupções voluntárias da gravidez até às dez semanas, caso vença o "sim" no referendo e depois de aprovado, ratificado e promulgado o projecto de lei do PS.[...] Já Augusto Santos Silva, ministro dos Assuntos Parlamentares, diz que "o SNS terá que se organizar para responder a essa nova tarefa, caso o 'sim' vença e depois de a Assembleia da República aprovar o projecto de lei".
J. bl.

25/01/2007

QUEM É PRO-PRISÃO? 2

13.
É desconcertante ouvir esta “acusação” (ser adepto da cadeia) a pessoas que acham que ninguém tem nada a ver com o “corpo da mulher” e que com ele deve ser "livre" de fazer o que quiser e que ao mesmo tempo são encarniçadamente contra algumas coisas que a mim nada me perturbam e que parece que deviam ser mesmo livres.
Então pode um exaltado defensor do sim à liberalização do abate dos pequenos antes de nascerem, ser ao mesmo tempo, um defensor intransigente de penas de prisão para os toureiros (e toureiras) de corridas com “toiros de morte”?
Ir para a porta dos tribunais gritar pela “despenalização” e ir para Barrancos gritar ainda mais, pela detenção e castigo dos toureiros, dos criadores, dos autarcas, dos veterinários e por aí fora? Detenção e castigo. E pesado.
Pode. A vida e o futuro dos pequenos é "coisa pequena"!
A violência do espectáculo (onde ninguém vai à força) e o "coitadinho" do toiro, é que é coisa importante.
E a coisa não fica por aqui.
O estado vai atrás. Sem preocupação com o “flagelo” da clandestinidade e com o sofrimento causado pela polícia e pelos tribunais.
Protege a espécie animal tal e tal e avisa que quem se “meter” com tal e tal animal fica sujeito a processos e a consequências desagradáveis.
Ai de mim se vier a atropelar um lince, se pisar um ovo da cegonha branca…. Se estiver desempregado e sem “cheta” e com o estômago a dar horas e quiser um ovo? “Como” também. Qual despenalização.
Recorda-se agora na Internet o caso de alguém que estragou um ninho de cegonha branca na zona de Coruche na década passada e que “ganhou” oitenta dias de prisão de “recompensa”. E que diz o exaltado “anti-prisão”? Que 80 dias é pouco. Felizmente (coisa que faz muita confusão à gente do sim) o tribunal transformou a prisão em multa.
C.

QUEM É PRO-PRISÃO?



12.
É uma das “acusações” que vêm sendo atiradas para os lados do povo do NÃO: que são gente com a “pancada” da perseguição e com gosto de meter o nariz na vida dos outros.
Se pensarmos bem vemos que, no que toca à protecção dos pequenos, o sim está em parte (6,5 em 9 meses) próximo do povo do NÃO.
Todos acham que uma mãe não pode torturar nem matar uma filha de 5 anos (a Joana do Algarve) e que deve existir uma ameaça do estado para evitar que coisas dessas aconteçam, ou se repitam.
Mesmo para os pequenos ainda por nascer, o sim entende que, passada a “fronteira” das 10 semanas a mãe deve ser perseguida e punida.
Num programa de televisão, Edite Estrela (deputada) afirmava que depois é que vai ser a valer, e que a lei vai mesmo ser aplicada a doer, não com a "brandura" actual.
Depois dessa linha de “fronteira” o “flagelo” que o sim pretende evitar para as grávidas, vai continuar. Quer dizer, a gente (a mais exaltada) do sim teria que perder “dias de trabalho” e continuar a deslocar-se aos tribunais para as suas manifestações contra a “iniquidade” da lei.
E se gostam de dar largas ás suas idéias parece que aos outros já não concedem esse privilégio, “avisando” que certas pessoas, com determinadas funções (ministros de culto religioso) não podem, sob pena de processos e de ficarem sujeitas a eventual prisão, manifestar-se abertamente pelo NÃO. Para quem acusa os outros de serem pró-prisão…

C.

DESATENTOS?

11.
As grandes preocupações que apresentam as pessoas para justificar o apoio à alteração da lei portuguesa no sentido da liberalização do aborto são os problemas das mães grávidas, concretamente o sacrifício da prisão, a seguir ao sofrimento de “perder” um filho e as grandes complicações de saúde, físicas e psíquicas, que se seguem à “cura” da gravidez.
Estas questões são até bandeiras de campanha. E impressionam as pessoas mais desatentas.
Se não estivéssemos atentos podíamos pensar que uma grande parcela da população que está nas cadeias era constituída por mães que abortaram.
Na realidade há muitas mulheres presas, mas, mães que abortaram, não há uma única na cadeia. ZERO.
E a preocupação do sim vai para o Zero. E quanto ás que estão mesmo nas cadeias? Ás centenas, por tantos motivos que não este!
Há muito que se pensa fazer um estudo sobre a realidade do aborto. Nunca foi avante. O que é um bom ponto de partida para alguma criatividade nos números, destinada a “vergar” pela grandeza “cozinhada”. E quantas foram atendidas em 2005 na “sequência de abortos clandestinos”? 73 (assimnao.org).
Fala-se a este propósito em mortes e mortes, mas para identificação de uma só mãe que a tenha sofrido, NADA. Só campanha eleitoral.
Vale a pena comparar estes números com a “destruição” de 600 mulheres e o falecimento de mais 300, em resultado do cancro do colo do útero, para cuja vacina o estado se nega a comparticipar. [--> n.7].

APV32

a ver se pega

10.
A campanha do sim apresenta-se revestida de humanismo, preocupação social e desejo de justiça.Mas convém dizer claramente o que acontecerá se o SIM ganhar no referendo: toda e qualquer mulher poderá abortar, até às dez semanas, por qualquer razão, ou sem razão nenhuma. Bastará dizer que quer.
É isto que se referenda.A despenalização é um pretexto, falso ainda por cima, para a total liberalização. Todos sabemos isto.
Bom seria que os defensores do SIM assumissem, de uma vez, que é esta liberalização que querem. Mas assumam-no.Não vendam gato por lebre.
Não nos falem de humanismo. Não nos falem de preocupação social. Não reclamem justiça.
Todos compreendemos que esta pretensão é mais difícil de tornar popular...
Por isso se embrulha no tal humanismo e vontade de justiça, com fitinhas de modernidade e avanço civilizacional. A ver se pega...
Se estivessem certos que a liberalização é uma coisa boa, proclamá-lo-iam abertamente.
Se pensassem mesmo que estão certos, não mentiriam.
Se acreditassem, de facto, naquelas patetices de "A barriga é minha" e outras parecidas, não perderiam tempo a dar voltas pelo caminho escusado da despenalização.

M. rdonão

23/01/2007

CAMPANHA EQUILIBRADA...


9.
O meu amigo Francisco mandou-me o telejornal da RTP em que ele próprio aparecia muito bem e muito composto (Parabéns pequenote!) a entregar as assinaturas por um movimento do "Não" (ia lá a minha, muito bonitinha e bem cuidada) mas o que eu vi acabou por me deixar bastante indignado.
Então não é que a estrutura de notícias sobre o referendo foi esta:
- Começaram a falar sobre o aborto ao minuto 20.43 para mostrar que o Primeiro Ministro vota sim no referendo.
- Ao minuto 21.32 focaram as campanhas do PCP e do BE pelo sim, claro está.
- Ao minuto 23.40 mostraram a entrega das assinaturas pela parte dos movimentos do sim.
Com tudo isto estiveram, no total, a falar quase 6 minutos sobre as iniciativas dos que fazem campanha pelo sim no referendo.
No fim, entre os minutos 26.27 e 28.10, bem menos de 2 minutos, lá condescenderam em falar sobre o NÃO que não só apresentou muito mais movimentos espalhados por todo o país, como entregou muito mais assinaturas!
Às 28.10, inserido na mesma notícia, começaram a falar com o senhor da CNE sobre a contagem das assinaturas.
A isto eu chamo parcialidade jornalística e só tenho pena que com os meus impostos eu esteja a pagar essa parcialidade.
O que os canais de televisão, estações de rádio e imprensa escrita pertencentes a grupos privados fazem, é lá com eles, mas uma televisão paga por todos nós deveria ser imparcial também nesta questão do tempo.
Diogo blogadissimo
*
Para variar, no último Sábado, um jornal do estado conseguiu dedicar quatro páginas inteiras à campanha do sim. E esqueceu por completo o outro lado da campanha.

ONDE PÁRA O POWERPOINT?


8.
É frequente ouvir gabar o governo português por saber muito bem apresentar as suas idéias e projectos. E conseguir expô-las de uma forma muito moderna, com computadores, projectores, imagens e filmes.
Quando há meses assistimos ás imagens do TGV até parecia que as linhas estavam montadas e o comboio já acelerava de Lisboa ao Porto.
Num assunto a que se dá tanta importância como este do aborto liberalizado não parece estranho que nenhuma imagem apareça na campanha do sim sobre os efeitos da “cura da gravidez”?
Os dentistas quando tiravam o dente incómodo costumavam mostrá-lo. Porque é que neste assunto não vemos o sr ministro da saúde (?) a fazer umas apresentações sobre os “benefícios” da “cura” da gravidez?

APV32

22/01/2007

VACINA PARA O CANCRO

7.
E agora, sem ser em pergunta para os médicos, pergunto mais aos Senhores Ministros da Saúde e das Finanças.
Nas notícias da Lusa, pude ler mais sobre esta vacina e dizia lá o seguinte: "O cancro do colo do útero mata uma mulher a cada dois minutos - uma por dia em Portugal - e destrói a vida sexual, familiar e social das sobreviventes deste carcinoma. Portugal tem a mais alta incidência da Europa deste cancro, cuja principal causa é o vírus HPV, registando 900 novos casos por ano e mais de 300 casos mortais."
Também é dito que a vacina deve ser tomada em três doses e que cada dose custará cerca de €160,00 e que o Estado não comparticipará tal vacina.
Eu até compreenderia se me dissessem que o Orçamento de Estado está depauperado e que estamos na miséria, logo o Estado não pode comparticipar nem que seja com 20% ou 30% da vacina.
Mas a sério que, depois de ter sido dito que caso o sim à liberalização do aborto ganhe, o Estado está disposto a comparticipar abortos, eu já achava que estavamos a nadar em dinheiro.
Como contribuinte, e já que o dinheiro é escasso, prefiro que o Estado comparticipe uma vacina 100% eficaz que pode salvar a vida a 300 pessoas por ano e a saúde de outras 600 que não morrem, a que comparticipe a morte de uma vida humana absolutamente inocente.
diogo, blogadissimo

Questão 1

6.
Se puder ser colocada, deixo uma pergunta.

No último mês ouvimos nas notícias que dois alentejanos, de Odemira, salvo erro, demoraram horas e horas a serem transportados para o hospital em Lisboa (seis horas!) e pelo atraso vieram a falecer. Não por falha das pessoas que prestaram socorro, mas por falta de meios de socorro, porque o estado não tem dinheiro.
Num país onde não há meios para socorrer, a tempo e decentemente, os doentes, haverá dinheiro e meios para atender uma pessoa que não tem doença nenhuma e que não esteve para pensar um minuto?

Mulheres na prisão?

5.
Já passámos alguma vez pelo cartaz que refere a existência de prisão para as mães que abortam. Vê-se o cartaz e fica-se com a idéia que uma vez mudada a lei serão precisos os autocarros da carris fazerem fila à porta das prisões para retirar de lá tanta gente.
Tempo depois de colocados os cartazes veio afinal um ministro esclarecer que afinal não havia uma única, nem uma, mãe na prisão por causa de aborto.
Fica uma dúvida. Se a grande questão do sim é a existência de mulheres na prisão, porque é que deixam esquecidas as centenas e centenas que lá estão, por tantos motivos. Não por este.

APV32

O que está em causa?

4.
“Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada, por opção da mulher, nas primeiras 10 semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?”

APV32

17/01/2007

A ACTUAL LEI

3.
Ouve-se muito, como argumento para aceitar a alteração da “lei do aborto”, a necessidade de dar ás mulheres a hipótese de escolher terminar a gravidez, perante situações que lhes sejam extremamente penosas de suportar.
Desde 1984 que em Portugal se optou por despenalizar o aborto nessas condições. A protecção da vida do nascituro é ultrapassada quando a mãe está sujeita a uma “crise” grave e se entende ser demasiado exigente pedir-lhe que ponha em primeiro lugar a protecção do filho. No choque entre ambos a lei concede a preferência à mãe.
As situações são as seguintes:
- a) Por risco de vida da mãe, da sua saúde física ou psíquica.
Se constituir o único meio de responder a estas situações: aborto permitido em qualquer altura da gravidez.
Se for um dos meios indicados para responder a estas situações: aborto permitido até 12 semanas de gravidez (necessita de atestado médico, escrito e assinado antes da intervenção, por médico diferente daquele por quem o aborto é realizado + documento assinado pela mulher grávida com antecedência mínima de 3 dias).
- b) Por malformação ou grave doença do nascituro.
Aborto permitido até 24 semanas de gravidez (necessita de comprovação ecográfica ou por outro meio adequado).
- c) Gravidez resultante de crime (violação ou cópula com menor de 14 anos).
Aborto permitido até 16 semanas de gravidez (necessita de atestado médico, escrito e assinado antes da intervenção por médico diferente daquele por quem o aborto é realizado + documento assinado pela mulher grávida com antecedência mínima de 3 dias).
- d) Feto inviável.
Aborto permitido em qualquer altura da gravidez (necessita de atestado médico, escrito e assinado antes da intervenção por médico diferente daquele por quem o aborto é realizado + documento assinado pela mulher grávida com antecedência mínima de 3 dias.
* Nestas situações, e com algumas cautelas, entendeu-se que o choque entre os interesses da mãe, merecedores de alguma compreensão, e do filho lhe daria a possibilidade de sacrificar este.
O que se pretende presentemente é deixar completamente no arbítrio da mãe (liberalizar) a decisão sobre o destino do filho, passando ao lado da exigência da constituição da república portuguesa que impõe a inviolabilidade da vida humana. Mesmo que não haja qualquer motivo minimamente razoável. Seja porque a é altura de ir para a praia, seja porque se zangou com o pai, seja porque não quer um filho mulato, seja porque o nascituro é do sexo feminino.

APV15

COMENTÁRIOS

2.
O envio de comentários para o blogue será feito através do endereço arrudapelavida@hotmail.com
O serviço ao blogue está originariamente entregue a “equipa de redacção”, aberta a novos “cooperantes”.
Os comentários serão transportados pela “equipa” e descarregados neste lugar.
Serão indicadas ligações para outros “espaços” onde o assunto é debatido.

APV32

APRESENTAÇÃO

1.
Portugal concentra-se na próxima votação da chamada “interrupção voluntária da gravidez” que vai ter lugar no próximo dia 11 de Fevereiro.
Da votação não vão sair lugares nem posições para ninguém. Apesar disso, nenhum outro embate desperta tanta emoção como a questão que vai à apreciação dos portugueses.
A sociedade é, geralmente, considerada passiva e pouco interventiva (descontada uma pequena parcela ligada a partidos políticos) todavia, surgiram no país 15 movimentos cívicos para defender o Não e 6 para apoiar uma resposta positiva à pergunta do referendo. Cerca de 200.000 pessoas deram a sua assinatura para que os movimentos do Não pudessem participar na campanha e 60.000 fizeram o mesmo pelos movimentos de sentido contrário.
No município de Arruda foram também recolhidas assinaturas. No espaço virtual circula informação e sente-se que o assunto é de extrema gravidade e que há energia para ser consumida nesta questão.
É inevitável alguma polémica e alguma agressividade. E, importa em primeiro lugar, esclarecer. Perceber o que significa o referendo e as consequências que virão duma resposta ou de outra. Das conversas que temos, do que “vemos” percebemos que há possibilidade das pessoas se questionarem e avançarem para uma posição nova sobre o assunto.
Para quem pensa que além do não e do sim existe um “outro”, um ser humano, “um dos nossos”, que não é ouvido no dito referendo, a questão é, sem margem para dúvida, de vida ou de morte. E merece, portanto, todo o empenhamento.
Este espaço, comum e aberto, vai ser um esforço nesse sentido.

APV15