30/01/2007

O NÃO EM APROXIMAÇÃO



31.
Tenho seguido com muita atenção todo este debate. Tenho a impressão que serve para distrair o povo dos problemas que nunca mais têm fim.
Ainda há pouco tempo saiu no jornal que Portugal vendeu, nos últimos anos, à volta de metade do ouro que foi amealhado ao longo de séculos. E que no ano passado fecharam 1697 escolas no país.
Os impostos cada vez são maiores e o estado cada vez tem menos. Onde é que se gasta é que se torna difícil compreender. No hospital paga-se cada vez mais e ás vezes vão chamar as pessoas ao cemitério, quando já não precisam de operação nenhuma, os preços sobem muito e a reforma marca passo. Os rapazes deixam de ir à tropa mas as escolas parecem campos de batalha, e os professores é que têm que andar na linha.
Quem trabalha paga e os calaceiros recebem o rendimento. Os políticos são eleitos e depois desculpam-se que andaram muitos anos pelo estrangeiro e não sabiam nada do estado do país e fazem tudo ao contrário.
Também já percebi que as televisões têm alguma queda para a interrupção. Têm uma posição tão equilibrada como alguns árbitros do futebol de há uns anos atrás. Olhinhos só para um lado. Deve ser do hábito, do tempo em que aparecia aquela frase: pedimos desculpa pela interrupção, o programa segue dentro de momentos. E esperava-se um bocado e aquilo começava outra vez.
O problema é que neste assunto o programa já não volta. E ainda pior. É alguém que vai para o maneta e nunca mais volta.
Se os que estão para nascer valessem votos, os partidos já não se estavam nas tintas. Assim é igual ao litro. Talvez se tramem. Deviam pensar que isto era canja, que o português estava nas tintas para o vizinho e ia deixar passar este monstro. Parece que não vai ser bem assim.
Então querem lá convencer-me que uma pessoa, uma mulher, pode acabar à vontade com uma criança que nem pode defender-se, porque é muito responsável e santa, e já é uma pessoa como as outras quando anda no carro sem o cinto, quando acelera, quando pisa os ovos do raio da cegonha, quando se esquece de entregar os impostos a tempo e horas ou quando dá uma paulada na vizinha. Anda tudo com os copos ou quê.
E depois ainda olham uma pessoa que não vai na conversa como se fosse um mal agradecido com a oferta de aborto à borla. Se têm muito dinheiro ajudem os reformados ou os doentes.
Acho que ainda há muita gente com idéia na prisão, o que parece que é uma grande mentira. E não deve haver país mais brando que este, é olhar lá para o raio da casapia, que manda tudo com a pulseira para casa.
Pelos números que saiem nos noticiários as coisas ainda não estão famosas e ainda falta um bocado para ver se aquela gente deixa de chatear o povo e aprende a não brincar com o futuro das crianças.
Tenho dito.
A