25/01/2007

QUEM É PRO-PRISÃO? 2

13.
É desconcertante ouvir esta “acusação” (ser adepto da cadeia) a pessoas que acham que ninguém tem nada a ver com o “corpo da mulher” e que com ele deve ser "livre" de fazer o que quiser e que ao mesmo tempo são encarniçadamente contra algumas coisas que a mim nada me perturbam e que parece que deviam ser mesmo livres.
Então pode um exaltado defensor do sim à liberalização do abate dos pequenos antes de nascerem, ser ao mesmo tempo, um defensor intransigente de penas de prisão para os toureiros (e toureiras) de corridas com “toiros de morte”?
Ir para a porta dos tribunais gritar pela “despenalização” e ir para Barrancos gritar ainda mais, pela detenção e castigo dos toureiros, dos criadores, dos autarcas, dos veterinários e por aí fora? Detenção e castigo. E pesado.
Pode. A vida e o futuro dos pequenos é "coisa pequena"!
A violência do espectáculo (onde ninguém vai à força) e o "coitadinho" do toiro, é que é coisa importante.
E a coisa não fica por aqui.
O estado vai atrás. Sem preocupação com o “flagelo” da clandestinidade e com o sofrimento causado pela polícia e pelos tribunais.
Protege a espécie animal tal e tal e avisa que quem se “meter” com tal e tal animal fica sujeito a processos e a consequências desagradáveis.
Ai de mim se vier a atropelar um lince, se pisar um ovo da cegonha branca…. Se estiver desempregado e sem “cheta” e com o estômago a dar horas e quiser um ovo? “Como” também. Qual despenalização.
Recorda-se agora na Internet o caso de alguém que estragou um ninho de cegonha branca na zona de Coruche na década passada e que “ganhou” oitenta dias de prisão de “recompensa”. E que diz o exaltado “anti-prisão”? Que 80 dias é pouco. Felizmente (coisa que faz muita confusão à gente do sim) o tribunal transformou a prisão em multa.
C.