22/02/2007

pára, escuta e olha?

"Se as palavras de ontem do Governo e do próprio PS tiveram efeito tranquilizador em Belém, o mesmo não se poderá dizer do que aconteceu ao longo desta semana.
Depois de ter ouvido o próprio José Sócrates a falar em "consensos" e numa lei ponderada, logo após o anúncio dos resultados eleitorais, Cavaco já não gostou quando ouviu Alberto Martins, Manuel Alegre e até Vital Moreira a afirmar, dias depois, que o PS não cederia aos partidos à Direita (ou aos movimentos do "Não") na regulamentação da lei.
As intervenções nesses sentido, feitas nas jornadas parlamentares socialistas, deixaram incómodo em Belém, levando Cavaco a fazer duas declarações em menos de 24 horas.
Primeiro, apelando a "soluções de bom senso", para evitar novas "rupturas na sociedade portuguesa"; depois defendendo que se "observem as boas práticas que existem por essa Europa fora".
Curiosamente, uma expressão do próprio Sócrates no último domingo, a que o Presidente deu um sinal de acordo explícito - em Belém, as declarações de Sócrates são vistas como ponderadas, em oposição ao que se viu, depois, dentro do PS. Para que não restassem dúvidas, o Presidente disse ainda que a participação dos portugueses no referendo "não foi a desejada", sinalizando que o facto de o referendo não ser vinculativo lhe dá poderes suficientes para, no limite, vetar a lei que virá do Parlamento (mais aqui)."

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